Todo ano a Society News Design (SND) elege a publicação (jornal ou revista) com o melhor design em 2010. Esse ano, na 32ª edição do prêmio, o jurí composto por Die Zeit, The Seatle Times, Akzia, Ottawa Citizen e Poynter Institute escolheu um jornal português, o Jornal "I", como o mais bem desenhado do mundo.
Segundo o jurí " O i é composto como uma bela peça musical. Tem a disciplina para tocar apenas as notas mais altas, que mais importam," A análise não passou só pelo design do jornal mas também pelo conteúdo. "O i faz o caminho entre a revista e o jornal com um equilíbrio perfeito. O seu formato tem a flexibilidade necessária que nos permite focar um dia nas notícias duras e no outro em artigos de fundo. As edições que vimos destacam uma história principal sobre um grande autor, num dia, e no outro, uma grande reportagem sobre o terramoto no Haiti. Encontramos histórias contadas com sentido de urgência e de notícia, outras contadas com sutileza e humor."
Em relação a capa, única coisa que consegui ver do jornal, realmente se diferencia da maioria dos jornais, já que mistura bem a conceito de diário com revista. Percebe-se que há uma valorização de imagens na capa, em tamanho grande, como é feito nas revistas, mas ao mesmo tempo quebradas e "disputando" espaço com outras imagens e chamadas assim como nos jornais. A localização dos elementos, não é padronizada, a cada edição muda, trazendo mais personalidade a publicação. Claro, existe um grid, padrão de fontes, títulos, mas a flexibilidade na distribuição dos elementos causa um impacto maior quando se analisa o jornal num todo, não só em uma edição específica.
A tipologia utilizada nas manchetes e chamadas é simples, sem serifa, que constrasta muito bem com a tipologia serifada dos textos.
A diferenciação na manipulação do logo do jornal também é destaque. Apesar de sempre estar do lado esquerdo da página, o logo as vezes está inteiro, inclinado ou às vezes cortado e com cores diferentes, tudo depende do contexto onde está inserido.
As cores utilizadas são bem vivas, e sempre em contraste e ao mesmo tempo harmonia com as imagens e conteúdo da página. O formato compacto, facilita a leitura e integração dos assuntos já que o folheio se torna simples, ao contrário dos formatos standarts.
Percebe-se que a tendência dos jornais diários é a valorização de imagens, aliados a diagramações mais bem elaboradas e aprofundamento de conteúdo, é a revistalização do jornal mais forte que nunca! O jornal não vai morrer como muitos dizem, o que vai acontecer é simplesmente alteração de plataforma, ao invés do papel um iPad, e-paper, ou computador e também alterações na linha editorial.
Não tem nada mais chato que você ler no computador um texto corrido, sem imagens, sem elementos gráficos, a leitura se torna chata, cansativa. Estamos na era da imagem, onde a informações textual é importante sim, mas o apoio visual se torna essencial para assimilação correta da mensagem.
A mudança não é jornalística apenas, mas nós designers também temos que mudar, saber como trabalhar visualmente a informação fazendo com que leitores bombordeados de informação a todo instante, possam manter o foco no que leem e principalmente compreendam aquilo que leem, o que hoje é o mais difícil, convenhamos!
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