Por Paty Souza
Vou mudar o mundo
Ah, se vou
Mas não hoje
Hoje meu relógio acordou errado
Me importunaram pela manhã
Briguei com o pai
Chutei a porta do carro
Por conta do processo que não sai
Infiltrar-me-ei em todos os casos
Não éticos
De burocratas sociais
De crianças que nada temem (nada tem)
Serei anarquista de boteco
Esquerdista e anti-clero
Mas amanhã que serei
Hoje o tic tac é outro
É minha mente transformada
Em quadro surrealista
De cores foscas e fortes
Que são meus erros
Amores
Fragilidades
E temores
Hoje tenho treze contas para pagar
E a Caixa Econômica Federal
Não se importa com os poetas
Dá-me friamente o recibo por ser mais um
Cuja beleza e potencial são prisioneiros
Como nossos tostões
Antes do quinto dia útil
Hoje estarei inoperante
Amanhã mudo o mundo.
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