quinta-feira, 28 de abril de 2011

Das Cores Vivas de Aquarela


Por Paty Souza

Perdi minhas idéias
Compromissos
Saudações
Perdi a rota
E a hora
Cansei-me de todas as coisas
Práticas
Táticas
E resolvi deitar a cabeça
Num travesseiro
Não meu, nem seu
De nós:
Um descanso calmo cheio de cheiros

Depois do afago
Nas duas pedras
Suaves, lisas
Depois do abraço, do perdão
Do auto-perdão
A racionalidade fulminante
Saiu fugida
E (obrigada!)
Foi você que expulsou
A duros e apaixonantes
Gritos e sussuros
O que tantos chamam de medo
E eu chamo de “o mal da paixão
[que não se realiza sem a entrega completa”

Tanta sede, tanta água
Duas mãos entrelaçadas
Meio a camas, pernas, bocas
Olhos e palavras
Entrando como um feixe de luz
(É muita luz a força dela)
Nesse vazio prestes a se dar
Em cores vivas de aquarela

Duas flores
Uma verde, outra azul
Voam pela cidade
Num céu que se desfaz
E chega a encandear
Dentro da etérrea e fina paz
Um hálito fresco
De beijo, mordida voraz
Gritando ao crepúsculo
O erro mais bem programado
Que um desacreditado amante poderia acreditar

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